terça-feira, 18 de agosto de 2009
The Lucky ones e Blue State
Coincidentemente vi esses dois filmes no mesmo dia e por entender que, no fundo, possuem a mesma temática, faço aqui um post duplo.
The Lucky Ones traz a história de três mariners que estão voltando para casa, após um longo período, com uma licença de 30 dias. O tempo que estiveram fora foi suficiente para que o mundo em que viviam conseguisse se adaptar às suas ausências. Trata-se do mito do retorno, onde esperamos encontrar tudo exatamente como deixamos, como se pudéssemos guardar nossas vidas pregressas em uma dimensão atemporal.
Já em Blue State temos um democrata frustrado com a reeleição de Bush que decide mudar-se para o Canadá como forma de protesto. Para arranjar um companheiro de viagem, ele espalha diversos anúncios, faz algumas entrevistas e acaba decidindo-se por uma bela e misteriosa garota. Seguindo rumo ao norte, eles fazem uma parada estratégica na casa dos pais do protagonista, um casal republicano e defensor das guerras. Então descobrimos que o irmão dele foi morto em combate no Iraque, e que a misteriosa moça, na verdade, é uma mariner tentando escapar da guerra fugindo para o Canadá. Claro que os dois se apaixonam na viagem e decidem voltar para os EUA e blá, blá, blá.
Na real são dois filmes leves, desses feitos para assistirmos sem pensar muito. Mas não deixa de ser interessante observar como a guerra está enraizada na cultura e presente nas relações entre os americanos. Felizmente percebo que muitos já a tratam como uma estupidez.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Mil anos de orações (A thousand years of good prayers)
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
O Senhor das Moscas - William Golding
quarta-feira, 29 de julho de 2009
4 meses, 3 semanas e 2 dias (4 luni, 3 saptamâni si 2 zile)
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Entre os Muros da Escola (Entre les Murs)
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
Admito, ainda, que nunca tive o costume de ler um livro antes do filme. A grande quantidade de livros, filmes e histórias sempre me assustou ao ponto de achar que isso seria uma perda de tempo, um esforço repetido. Mas Lavoura Arcaica já foi filmado em 2001, e na época eu já havia gostado muito da produção. Agora preciso rever o filme com outros olhos. Será duro superar minha nova expectativa.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
A culpa é do Fidel! (La faute à Fidel!)
O período histórico que compreendeu o fim dos anos 60 e o início dos 70 influenciou o pensamento e a cultura ocidental de tal maneira que até hoje vemos ecos daquele tempo. Neste excelente filme francês vemos as mudanças que ocorrem numa família por conta das revoluções através dos olhos de uma menina. Basicamente é a mesma temática de outros bons filmes como Kamchatka (o melhor deles), Machuca e O ano em que meus pais saíram de férias, onde vemos os anos de chumbo da américa latina pelos olhos de crianças.
Mas em A culpa é do Fidel vemos o humor de como nomes e conceitos são aprendidos pelas duas crianças e a transformação que elas sofrem. A menina era uma reacionária, estudava em um colégio católico e adorava as aulas de religião, mas acaba entendendo como tudo era mascarado e superficial. O filme é uma lição de história, sendo um belo retrato de um período que começa em Franco e acaba na morte de Allende, no Chile.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Música Anterior - Michel Laub
Toda esses atributos agradáveis do livro como objeto físico são complementados por uma premissa pesada, o que torna a soma um resultado perfeito. Um juiz, perturbado e frustrado com a notícia que não pode ter filhos, tem pela frente um processo no qual o réu é acusado de estuprar uma criança. Ao julgá-lo culpado, o juiz embarca numa viagem através de fatos que marcaram a sua vida, e nós, entramos dentro da história do acusado. Um final surpreendente, uma narrativa cuidadosa, uma obra que seguiu à risca o manual de como fazer um bom livro.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Entre o Bem e o Mal
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Cadillac Records
Aprendi que música folk tocada pelos negros no sul dos Estados Unidos originou o blues, que influenciou o rock and roll, o rap, o R&B, o hip hop. O filme traz a história da gravadora Chess Records que revelou nomes importantes como Muddy Waters, Little Walter, Etta James, Howlin Wolf e Chuck Berry. Compreendendo o período histórico entre a década de 40 e o fim dos anos 60, temos uma imagem da época, do racismo, das dificuldades dos cantores de se adaptar a nova realidade financeira. Como tudo, a gravadora tem a ascensão, o apogeu e a queda, e todas as fases estão muito bem apresentadas.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Quando você viu seu pai pela última vez?
Para ser bastante sincero, este filme me pareceu uma versão do "Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas", só que menos mágica e emocionte. Quer uma dica? Se você reservou duas horas para este filme, volte atrás e assista o "Big Fish" de Tim Burton.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
O Curioso Caso de Benjamin Button
Os atores estão ótimos. A direção de arte, a fotografia e a maquiagem valem o ingresso. Devo admitir que é um bom filme, muito bem feito, mas nada excepcional.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Dentes Guardados - Daniel Galera
Os contos tem uma forte carga autobiográfica (apesar do autor dizer que não) e falam das experiências (principalmente sexuais e amorosas) de jovens de classe média, levemente desiludidos com uma vida sem objetivos. O livro vale, e muito, por esse retrato da juventude, do vazio, de um futuro enfadonho que se anuncia, da vontade de largar tudo e viver de amor, de arte e de sonhos.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Rudo y Cursi
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Big Nothing
É ótimo quando começamos a ver um filme na TV sem nenhuma expectativa. Zapeando em uma manhã fria de sábado, vejo o ator que fazia o papel de Ross na extinta série Friends. Não que ele não seja um bom ator, mas não fez nada de relevante após o seriado. Apenas pelas boas lembranças que tenho de Friends concedo alguns segundos da minha atenção ao filme em questão. Eis que logo o filme termina. Olho indignado para o relógio e, espantado, percebo que realmente se passaram 100 minutos de filme.
Fui surpreendido por uma edição ágil, um roteiro bem amarrado, boas atuações. Lembrou-me muito os filmes de Guy Ritchie. Um mal-sucedido escritor, desiludido e desempregado, tenta arranjar uma forma de não precisar depender exclusivamente do salário de sua esposa, uma policial. Acaba entrando em uma chantagem milionária com outros dois personagens misteriosos. Claro que o filme se desenrola a partir do que dá errado no plano. Uma comédia inteligente, divertida, com boas idéias. Fique atento para as brincadeiras com os serial killers.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Humana Flor - Andréia Horta
Outro lapso em minhas leituras são as mulheres contemporâneas. Novamente não posso afirmar que seja culpa do meu desleixo ou do acaso, mas não encontrava vozes de autoras por aí. Até que chegou em minhas mãos (gracias, Wendell) esse livrinho, feito artesanalmente. São mais de 100 poemas que tratam do amor, das relações, das despedidas, das saudades, mas também há espaço para a revolta social e para a nostalgia. É interessante ver a sensibilidade feminina nos pequenos detalhes, uma visão totalmente diferente. Deixo aqui o poema 31:
"É aqui"
E colocava a mão no ventre
"É aqui que você me bagunça".
Mas calma, nem tudo são flores. Creio que uma revisão não faria mal a obra. Claro que a poesia usufrui de uma certa liberdade, mas alguns errinhos ortográficos irritam. Além disso, alguns poemas estão um pouco abaixo da média do livro e poderiam ser suprimidos numa próxima edição.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Ninho Vazio (El nido vacio)
Como um casal deve reagir quando os filhos crescem e vão embora de casa? Esse é o argumento principal desse bom filme argentino. O desafio de deixar de ser pai ou mãe para voltar a ser homem ou mulher é mostrado por ótimos atores, por uma boa direção e pela característica fotografia hermana. Redescobrir a pessoa que esteve a seu lado durante tanto tempo, e que agora te parece um estranho. Redescobrir uma sexualidade deixada de lado. Através do filme vamos navegando pela história de um casal que perdeu sua função e que agora precisa se reinventar. Mas o grande diferencial do filme é mostrar isso do ponto de vista masculino, do marido que vai tentando entender como as coisas devem caminhar a partir dessa nova fase do casamento.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
O lutador (The wrestler)
O filme se baseia em dois personagens centrais: um ex-lutador de wrestiling em atividade e uma stripper em fim de carreira. É interessante observar como podemos passar uma vida inteira se escondendo atrás de um trabalho. "O trabalho dignifica o homem". Agora, quando enxergamos o fim da nossa atividade, percebemos que nos dedicamos com afinco ao nada. E nessa hora o lado pessoal, deixado de lado tanto tempo, vem à tona para nos jogar na cara o quanto fomos estúpidos. No fim descobrimos que apenas existimos no trabalho, na nossa função social.
Os dois atores estão em atuações primorosas. Minha única restrição é quanto ao final, que descamba um pouco para o drama apelativo. Duas cenas a menos e teríamos um puta filme.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
A Primeira Mulher - Miguel Sanches Neto
Personagens profundos, temas atuais, um romance camaleão, que se desenvolve conforme o leitor. Um grande livro com certeza.
Nota: o título é maravilhoso, primeira mulher pode significar o primeiro amor, a mulher política, ou, o que nos é revelado, a mãe.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Caos Calmo
Belíssimo filme. Nanni Moretti é o responsável por essa bonita história, através do roteiro e de uma primorosa atuação. Creio que tudo que vivemos até entrar na sala escura do cinema é determinante para configurar nossas impressões sobre o filme. Quem perdeu alguém que amava vai encontrar uma grande história, com excelentes atores e personagens profundos. Através de uma sensibilidade longe da pieguice, vamos descobrindo as transformações que uma perda origina nas pessoas e nas suas relações. Caos Calmo, eu recomendo.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Vicky Cristina Barcelona
É exatamente isso que ocorre em Vicky Cristina Barcelona, um filme que traz todo o talento de Woody Allen na direção e no roteiro. Tudo gira ao redor dos personagens e da leitura irônica de suas vidas. Percebemos como as pessoas lutam contra o que realmente são para criar uma outra identidade, que acaba sendo um personagem. Destaque para o pai do pintor Juan Antonio, que odeia o mundo e, para se vingar, escreve lindos poemas e nunca os revela. Sensacional.